(Entra o Frei João na sala do trono)
― Olá, Frei João! Aproxime-se! Está tudo bem?
― Sim, Majestade!
― Pois… És “Sem Cuidados”! E quero saber o teu segredo.
― Mas qual segredo, Majestade? Eu não tenho nenhum segredo. Eu só vivo para ajudar as pessoas e sou feliz assim!
― Mas então? Não tens mesmo preocupações?
― Tenho desejos, Majestade, de todos os dias fazer o melhor que saiba e consiga.
― E estou a ver que também tens sempre resposta! Pois vou arranjar-te alguns cuidados para teres algo com que te preocupar.
― Não, Majestade, por favor! Eu já tenho muito em que pensar: Ajudar as pessoas, ...
― Escuta! Tens três dias para me responder a três perguntas.
― Senhor!
― Quanto pesa a lua? Quanta água tem o mar? O que é que eu estou a pensar?
― Senhor!
― Se não souberes responder mando-te matar!
(O frade sai cabisbaixo e o rei fica a rir.)
Cena 2
(Frei João cruza-se com o moleiro)
― Boa tarde, Frei João!
― Boa tarde, Zé!
― Ora, ora! Frei João! Esse seu ar de hoje não combina com o seu nome!
― Tu, deixa-me em paz! Não zombes com a minha desgraça!
― E então, meu bom fradinho! Que aflição é essa que o traz tão preocupado? É doença?
― Qual doença? Pior que doença! Que não lhe vejo a cura e me vai lavar à morte!
― Se não é doença. Tem que ter remédio, mesmo assim! Ora conte lá!
― O rei vai mandar matar-me!
― Como? Não acredito!
― Palavra de frade fradinho, que me chamou ao palácio, para me fazer três perguntas e daqui a três dias tenho que lá voltar com as respostas. Se as não souber na ponta da língua, manda-me matar!
― E as perguntas… são?
― Quanto pesa a lua, quanta água tem o mar e o quê que ele está a pensar.
― Ahh! Vai haver fradinho na forca… ah isso vai! (rindo)
― Não mangues comigo. Tu ris-te da minha desgraça?
― Pior! Frei João… rio-me do parvo do rei!
― Não brinques com coisas sérias …
― Não estou a brincar e deixe comigo que eu sei o que fazer. O Frei João empresta-me o seu hábito e quem vai ao palácio, falar com o rei, daqui a três dias, sou eu! Vai ver como o seu nome fica a salvo e a sua cabeça também.
― Ó Zé! A minha cabeça, não. A tua!
― Ou isso!!!!
(O frade e o moleiro continuam os seus caminhos)
Cena 3
(Entra o moleiro, disfarçado de frade na sala do trono, com o capucho na cabeça)
― Olha que tal é a vergonha, que este frade em cuidados nem sequer mostra a cara! Ora diz-me lá então, seu velho descuidado. Quanto pesa a lua.
― Um quilo, senhor. Toda a gente sabe que tem quatro quartos.
― Ai é? E o mar? Quanta água tem?
― Majestade! Preciso da vossa ajuda. Mandai parar todos os rios e eu vos direi!
― Bom malandro me estás a sair! Mas se não me respondes à última, mando-te matar. Ora diz-me lá em que estou a pensar?
― Que está a falar com o frade, Majestade. E eu sou o seu moleiro.
(adaptação feita coletivamente, pela turma)
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